"O Interior" - Desconhecido


O Inverno finalmente chegou. Estradas cobertas de gelo, aquele ar mais fresco do que um gelado e o povo começa a tirar os casacos de pelo do armário. As ruas ficam desertas, esta gente manifesta-se contra o frio e, por ventura, procuram aconchego nos cafés, nos restaurantes ou até mesmo nas suas humildes habitações.

Os portugueses continuam com o mesmo costume de há muitos anos. A divisão de Portugal numa parte - No Litoral - enquanto que, o interior do nosso país caí cada vez mais em esquecimento.
O frio está a seguir o mesmo rumo, visto que julgamos que este tempo chegou apenas e só para o litoral no nosso país, enquanto que o interior é coisa de pouca relevância.

Eu próprio fugi deste tempo diabolicamente gélido e tomei liberdade para ir para o habitual café repousar, ler e escrever - como é hábito a televisão chama sempre a nossa atenção quer queiramos, quer não. Os jornalistas colocaram numa notícia dois temas deveras interessantes: a cidade de Bragança (dito interior) e por sua vez o aumento do IVA (desertificação de pessoas também). 80% da nossa população, actividades económicas e vias de comunicação, estão centralizadas todas no litoral. Concentrar tudo no mesmo sítio (diga-se áreas metropolitanas) não trará muitos benificios, muito pelo contrário.. Como poderá o Interior do nosso país ter crescimento e desenvolvimento se não projectamos para lá actividades que enriqueçam as áreas mais necessitadas?
  1. A mim faz-me confusão ver um país de extremos. Raramente conseguimos ter o "meio termo" nas coisas, fazendo com que nós sejamos alvos de um género de "auto destruição compulsiva" - isso mesmo. Devido ao facto não só de inovarmos no sentido económico, mas também de não criar potencialidades para tal.
  2. Se já assim as empresas não conseguem trabalhar em Portugal, se já assim não conseguimos controlar as nossas actividades comerciais (como um restaurante) o que será agora do futuro do nosso país com aumentos de impostos (luz, gás, água), aumento de iva (de 6 para 23%), aumento da carga fiscal? Seremos nós o bode de expiatória de política mal gerida? Será que meia dúzia de homens fardados escolhem o nosso destino? Numa simples reunião? Que por não se conseguirem governar, por não conseguirem combater problemas como por exemplo: "Assimetrias regionais" esta gente que luta humildemente para sobreviver dia-a-dia, tem de ser exposta a isto?

Agradeçam então aos bancos, aos políticos, porque conseguiram por Portugal e o resto na Europa neste estado caótico! Como diria os compadres lá no Alentejo "A gente sabe mas não quer saber".

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