Os dias passam e o discurso não



Um dia fantástico o de hoje! Olho para o céu e vejo uma pureza no ar, a natureza tenta mobilizar as pessoas para fora de casa - dar uns passeios com a família, ver as árvores a florescer e o pôr-do-sol.
Mas.. Como é meu habito logo de manhãzinha é ler o jornal'expresso, tentando inocentemente procurar notícias boas sobre Portugal. Trouxe hoje um tema que me despertou particular interesse - "Paulo Portas e os seus apelos".

Antes de mais, passando estes meses todos de governo PSD-CDS, percebe-se essencialmente que: Os dias continuam a passar, mas o discurso e as suas acções mantêm-se as mesmas desde Junho. Isto porquê? Bem, ao que parece os nossos governantes não esperam realmente que esta ajuda externa resulte, parece-me a mim que estes senhores preferem, por ventura, deixar de ser comparados aos gregos. "Portugal não está bem, mas está melhor que a Grécia" - com estes discursos só retiro uma interpretação viável, esta ordem de ideias e acções são por norma, tipicamente portuguesas.
"Eu estou endividado da cabeça aos pés, mas o meu vizinho está pior", ou - "Eu fui preso porque matei uma pessoa, mas ele foi preso porque matou duas" - isto é muito frequente na nossa sociedade, infelizmente.
O sentido patriótico é a base do discurso do MNE e com base nesse discurso "façam tudo pelo país" é que deixa muito a desejar. Este género de discurso é fantástico especialmente como palavra de "conforto" para as pessoas, do ponto de vista estratégico é fantástico, do ponto de vista nacional é desastroso.
Acharmos que o nosso país deve cumprir a vontade de terceiros, apelarmos à população para emigrar, caminhar de austeridade em austeridade chegando ao ponto de ser impossível as grandes empresas de investir em Portugal, sabendo que 70% das sedes empresariais portuguesas estão na Holanda, julgam-se ainda merecedores de apelar à união? Ao valor patriótico?

Um país para ser unido e ter os valores bem definidos (socialmente, financeiramente, etc) precisa sim de receber dinheiro, de ter iniciativas para trabalhar mais e com melhor desempenho. Não nos adiante fazer cortes atrás de cortes porque a população não resiste a tudo.
Talvez o caminho mais fácil seja - "Aumentar os impostos" - mas não devíamos olhar para o caminho mais fácil, mas para o caminho mais produtivo (com mais garantias para o futuro) e, caso seja o mais trabalhoso melhor ainda.

Espero que políticos ou não-políticos deixem-se de hipocrisias como estes discursos.
Um dia Portugal será um país com uma economia forte, quando derem espaço aos artistas, aos génios.

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