Tão longe e tão perto


Certamente seria absurdo dizer que, para o actual governo, Portugal estaria próximo da Grécia em relação à má gestão do país. Ora eu ponho-me no papel do governo e o que sinto é precisamente o contrário. Portugal está perto da Grécia, pelo que não adiante justificar as nossas medidas dizendo “Não nos comparem com a Grécia”, ou “A Grécia é um caso único de má gestão” – tudo isto é areia para os olhos das pessoas e só não vê quem não quer ver.

As atitudes que continuamos a tomar, as reacções que continuamos a ter, as medidas que continuamos a insistir, tudo isto é um caminho sem solução. Perguntar-me-ão certamente, se será possível mudar a nossa mentalidade em relação à crise? Eu respondo que sim! Por saber que somos um povo patriótico, ou pelo menos quero acreditar que ainda somos.
Primeiro de tudo é preciso que as pessoas percebem que é preciso trabalhar arduamente, é preciso gerar crescimento, construir um forte desenvolvimento interno – parece que assim possamos, também desenvolver as nossas indústrias, as nossas empresas. Originando assim o que nos tem faltado em demasia, exportar com qualidade e em grande quantidade.

Assim como uma parede fica bonita se a pintarmos, Portugal precisa de soluções. Não apenas com medidas de austeridade, de cortes, de despedimentos, mas sim com medidas que possam reabilitar os sectores que estejam com maior debilidade. Reafirmo assim a minha posição em relação ao governo e às suas atitudes: Sete meses já lá foram e no entanto, a nossa mentalidade não. Continuam a culpabilizar os antecessores, em vez de largarem tudo e começarem de novo.
Continuam com medo da comparação à Grécia, mas no fundo nada fazem para mudar o rumo dos acontecimentos.

E para que adianta despedir, sermos rigorosos? Se continuamos a contrair a vida das pessoas, a liberdade das pessoas?
A nossa economia não desenvolve. Regride. E não tomámos rumo, a não ser desnortear-nos.

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