Depois de Portugal, A Espanha.



Nos dias que correm, a palavra crise é-nos tudo menos estranha. Ou por outras palavras – é a primeira palavra que nos ocorre para determinadas acções quotidianas.
Dou-vos um exemplo claro: Ainda hoje ia a caminho do café e por mera coincidência cruzei-me com o Presidente da Câmara do Marco de Canaveses, Manuel Moreira, e quando estabelecemos um diálogo não lhe disse “Olá”, nem “boa tarde”, disse-lhe antes “viva à crise!”; cheguei ao café e tudo falava em crise – uns em tom baixo, outros em gritarias loucas – mas todos com o mesmo pensamento; lia atentamente o DIÁRIO DE NOTÍCIAS aquando me deparo no meio do jornal com Mário Soares a falar da crise, juntando ainda, austeridade à família lexical; ainda naquele espaço curto de tempo, ouve tempo para ouvir o Primeiro-Ministro lançar mais umas discrepâncias colossais ao povo portugueses sobre “ser preciso sofrer com a crise”. Andamos assim, meses e meses a fio, envoltos numa turbulenta viagem onde o fim se julga infinito e que o principio ainda não deu o ponto de partida.

Esquecendo a Grécia e largando Portugal por um instante, vem logo ao nosso pensamento “Los Hermanos” que é, nada mais, nada menos, do que a nossa vizinha Espanha. Julguei que fossemos casos únicos de má gestão, mas não. Isto transcende a má gestão. As sucessivas medidas de austeridades levaram-nos a outro patamar da crise “Recessão em todos os países”, excepto a Alemanha que fica a ganhar com todo este aparato todo.
Os espanhóis não conseguem combater o desemprego acentuado, nem tão pouco conseguem combater as rivalidades de umas regiões para as outras – o que leva a uma guerra civil moderna – sem que ninguém se aperceba.

Mas não é tudo. Em França os cafés estão como aqui: a crise é falada e temida; Sarkozy agora que está em campanha eleitoral promete ao povo francês “diminuir a austeridade”; porque será que em eleições eles são tão compreensivos? Não o são, são-no de outra forma, são-no de forma oportunista. Infelizmente a política é um jogo de favores partidários, onde só ganha quem está no governo, e quem perde constantemente é o povo trabalhador.

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