Um 25 de Abril que sabe a pouco


No meio de tantas desavenças políticas, económicas, e até mesmo, desavenças sociais, este 25 de Abril sabe-nos a pouco. Há trinta e oito anos atrás tudo era diferente. As mentalidades, as políticas, as modas, os gostos, o clima, a polícia, os costumes, a cultura; e, ainda assim, outras coisas mantiveram-se intactas desde do tempo de Salazar... As condições precárias da altura, que, impossibilitaram o país de se desenvolver - julgávamos nós com uma revolução as coisas seriam diferentes - ainda agora, em plena democracia, não temos condições propícias para ser um grande país europeu. «E porque carga d'água?» Perguntarão vocês.

Porque Portugal após aderir a UE (1986) decidiu parar no tempo: as assimetrias regionais fizeram-se aparecer, o desemprego sempre com altos e baixos, a qualidade de vida, em relação a outros países europeus, esteve sempre abaixo da média; no fundo, todas as nossas expectativas de desenvolvimento nunca foram realmente levadas a cabo pelos governos pós-25 de Abril. E, apesar de ganharmos liberdade e direito a exprimir a nossa opinião, somos indubitavelmente, um país amargo no que toca há própria liberdade... Deus quis-nos livres, nós não.
O actual governo PSD/CDS deixou que outros senhores tomassem conta de nós - uns tais "capitalistas de Abril" - pelo que, hoje em dia quem chefia Portugal, Grécia, Irlanda, e por aí fora, não são os políticos, não são os visionários, são os banqueiros e os mercados que mandam em nós - e pouco a pouco, tiram a nossa soberania. É caso para dizer que nem os navios do senhor Portas ajudariam Portugal.

A chuva passou e com a chuva, esta reflexão d'um Abril amargo também.

Comentários

Mensagens populares