Sexta, de austeridade


Era sexta-feira, véspera de fim-de-semana, quando um senhor fez uma declaração ao país. Aquela voz assustada consigo mesma, falou num tom submisso sobre novas medidas de austeridade - um remendo por aquele chumbo do TC - onde, muitas das quais, se não todas, surpreenderam e de que maneira tudo e todos.
Essa voz exposta aos microfones televisivos e radiofónicos gerou polémica imediata. Somente Pedro Passos Coelho ficou, ao que parece, satisfeitíssimo com a sua prestação sobre "novas medidas de austeridade". O seu gosto patológico subiu para uma fasquia assinalável: a redução da TSU levou a que o povo visse de forma mais nítida o que realmente se passa em Portugal, deixando-se assim de contribuições extraordinárias e "cegas" como havia acontecido até essa véspera de fim-de-semana; e, finalmente, esse povo revoltoso ergueu-se das cinzas, encorajou-se contra medidas completamente abstractas do ponto de vista de "fazer tudo por tudo para salvar o país". Isso acabou. Agora é precisamente o contrário. É mais sério ainda: reduzir o salário aos trabalhadores, e em contrapartida transferi-lo para as empresas. Isto, meus caros amigos, chama-se insustentabilidade.

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