Brademos ao futuro!



Têm sido várias, das mais variadas maneiras, as ocasiões em que me coloco entre o presente e o futuro, futuro esse do qual pouco ou nada conheço.
Entrei no supermercado, pois é indispensável manter o organismo em bom porto, e, após uma rápida observação, fito as fortes luzes que iluminam por dentro, oiço o ensurdecedor barulho da refrigeração, sinto o futuro tomar conta do presente sem que nada se possa fazer. O que me intrigava, especialmente, naquele preciso momento, era a máquina afiada. Cortando em série, tão rápida como uma flecha, os mais variados produtos, sem que uma mão auxilia-se o movimento, nem que uma voz comandasse a acção. Nada. Única e simplesmente uma máquina; mais pragmática que mil mãos de homem.
E comentara para mim mesmo:
- Se a evolução não estagna, nem que seja por um breve período, a própria máquina apoderar-se-á do homem, pois todo o feitiço, a dada altura, se apodera do próprio feiticeiro. A máquina não irá fugir à regra.
Dito isto, fixei ainda mais a vista na máquina, diria mesmo pasmado, em busca de uma resposta: como será o futuro, onde será o futuro, quem mandará no futuro! E, até então, o silêncio em mim permaneceu.
Voltei costas. A máquina continuou, sem findar o movimento, sem dizer nem uma palavra...


Álvaro Machado – 23:00 – 18-06-2013

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