Vagos dias


Os dias têm sido vagos, vagos como se nada pudesse alterar o curso do seu vazio. A manhã fria e pouco chamativa, o momento a seguir ao almoço agonizante, aquele meio de tarde tépido, sem extremos, e o horizonte suspendido por nuvens moribundas chamando a noite.
As ruas enchem-se de água e trovão, os passeios, que as completam, lotam-se de pequenas enchentes, e passear é impossível, pelo menos por enquanto. Até lá, faço poemas sobre o que vejo mas, logo hoje, decidi fazer do que não vejo de todo: escrevi sobre o nosso astro-rei; escrevi-lhe indubitavelmente, não como se de uma carta se tratasse, mas para que retome ao nosso quotidiano. Ver a luz limpa a alma, dá-lhe a pureza que a nebulosidade retira. E assim talvez os dias sejam não tão vagos...

Álvaro Machado
– 19:51 – 11-06-2013

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