O dia de votar em corruptos



A política moldar-se-ia por ideais, de facto, se não fosse tão susceptível à corrupção e ao oportunismo tal como é hoje em dia. Porque, por entre os mais variadíssimos rostos que hoje se candidatam às autárquicas, e por entre os seus programas eleitorais que surgem repetitivos, o seu objectivo passa, na sua essência, pela mesmíssima coisa, isto é, chegar ao poder e, daí em diante, exercer finalmente o papel de vilão.

Esta é a minha visão relativamente às pessoas que hoje em dia integram a política. É um espectáculo sujo, a cobiça desmedida, o desejo de que o adversário tenha o seu nome manchado em praça pública (ainda que, na sua maioria, a tinta que o mancha é oportunista), a necessidade de iludir a população menos instruída de que “é este o partido que nos vai mudar”; o que estes senhores ocultam é o cerne da questão: a política está gasta, está corrompida até ao pescoço, está cansativa, e os jovens – pelo menos, os jovens que realmente são imparciais – já não acreditam, nem nas pessoas inerentes à política, nem na política em si. Há que serem realistas ao ponto de terem noção que é isso que se passa em Portugal. E, por isso mesmo, é que o número de pessoas que hoje se desloca às urnas é cada vez menor e que cada vez há uma maior abstenção.

Amanhã, por fim, irei votar pela primeira vez na minha vida. Confesso que não vou empolgado, acredito muito pouco nas pessoas que estarão naquele papel, e não sei, ainda, por quem irei optar. O mesmo acontecerá quando for para eleger um novo governo ou um novo presidente da república.

Álvaro Machado – 13:17 – 28-09-2013

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