Qual o futuro a dar à Europa?


Nós – entenda-se, os europeus – sempre tivemos uma certa supremacia ao longo da história em relação aos restantes continentes. “Senhores do mundo!”, “O Velho Continente!”, entre outras designações, mostrando, muito provavelmente, um espírito de união capaz de vencer tudo e todos. Actualmente a coisa não é bem assim. Não dá para compreender por que razão Portugal e Grécia, Espanha e Itália, não conseguem repor a sua economia de maneira a este pesadelo de crise findar. Desde que o governo, que sucedeu José Sócrates, tomou o poder que eu não acreditava que fossemos melhorar, como tão pouco acreditava na troika e no seu memorando. Na Grécia exactamente o mesmo. Porque, estes senhores, que chegam ao nosso país com políticas de empobrecimento aparentemente milagrosas a longo prazo, são tudo menos correctos e têm tudo menos vontade que este país recupere a economia e produza o que até agora não produziu; o que estes senhores têm vindo a desenvolver é um plano que enfraquece os mais pobres, ainda mais e cada vez mais, e que não lhes oferece um futuro risonho, ou pelo menos um futuro em que possam ter comida à mesa. São, basicamente, medidas catastróficas, falíveis e inexequíveis.
Também a Espanha tem sofrido imenso. Velhos tempos em que portugueses e espanhóis, senhores do mundo, dividiam o mundo em duas partes, velhos tempos! 24 mil milhões de euros foi o que o governo de Rajoy cortou em 2012 e a “austeridade continua porque não há dinheiro”, afirma. Ou seja, para além dos 300 mil despedimentos na função pública, a coisa não fica por aqui, tendendo, pelo contrário, a aumentar exponencialmente.
E agora, pergunto-me, até onde vai esta Europa de laços quebrados e regulada meramente por números, mercados e défice?

O Reino Unido, ainda que parta de uma situação não tão grave como a nossa, também tremeu a certa altura, também fez os seus ajustes financeiros, cortes e despedimentos, mas conseguiu sempre governar-se isoladamente e não dever subserviência fosse a quem fosse. O que tem levantado a velha questão inglesa à tona: vale a pena ficar ou não ficar na UE? Moeda, têm a libra, saíram do esquema de resgates da UE, independência também têm; então para quê continuar a bordo de uma união que tem demonstrado lacunas que pode afundar o navio?
Certo é que o referendo está prometido ao povo. E o povo decidirá de acordo com as suas crenças. Se vêem ou não bons motivos para continuar, isso é com eles. Eu, enquanto português, não vejo quaisquer proveitos em estar numa união com a Alemanha e a França. Não querem resgatar-nos. Querem levar-nos ainda mais para o precipício.


Álvaro Machado – 16:45 – 06-10-2013

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