Caminho da alma indefinida


Quando me encobri de silêncio e fiz, pelos caminhos dispersos, único refúgio para tanto sofrimento, achei o mais correcto possível. Assim, poucos seriam os que me escutassem os meus verdadeiros pensamentos; antes preferi as sombras, a noite tenebrosa, o vácuo do cosmos, isso tudo incidindo em mim...

Não digo que, por vezes, me sinta errado; ah, sinto-o, sinto-o perfeitamente! Mas eu prefiro um sofrimento a sós, que, esporadicamente, se torne mais alargado com Deus visto de cima pela esperança cega.

O mar inveja-me, as estrelas também... Seremos então os 'escravos cardíacos das estrelas' como tão afincadamente nos dizia o homem que tanto admirava o Esteves sem metafísica? Deixa-nos a pensar, não deixa?
Certo é que a vida nos faz supor cenários, uns mais certos que outros, verdade também, mas... e para além disso? Que há para além disso, afinal?

Alguém grite diante deste silêncio profundo e amargo, por favor, peço-vos... Alguém me ache, e ache alguma concreta definição para nos guiar para fora deste abismo... Senão, tornar-se-á o atónito ainda mais atónito, e cada vez mais surgiram ecos estonteantes vindo do além para o fim incontornável!...

Álvaro Machado -18:50 - 08-12-2014

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