inocência dos que a têm


como dizer? ver-lhes nos olhos a inocência doce, a ternura despedida de preconceitos, a verdade a sair-lhes boca fora com tanta certeza...

neste momento poderia fazê-los crer que o mundo viria a ser conquistado por nós os três, que fora eu mesmo quem descobrira a lua e o caminho marítimo para a Índia, que sou o senhor de todo o universo! sabem o que diriam eles? acenariam em sinal de concordância e diriam, és mesmo? tu és mesmo espectacular!

e, verdade é, que nesse instante preciso me sinto realizado e devidamente abençoado por poder ser premiado com essa feliz estrada da vida há muitos anos percorrida também por mim.
depois dei um breve suspiro e senti o alívio. parece que a consciência ficou à chuva e ainda não entrou.
continuam a olhar-me, ávidos, como quem espera que lhes traga a lua de verdade ou me precipite para o mar com a bandeira içada em busca da Índia de outrora. e eu, o que lhes digo eu? digo-lhes sim, sim convicto, sim com toda a inocência que imbui o coração, sim como quem acordou sem pensar e se deitou a pensar nada...

sim, digo-vos sim!

Álvaro Machado - 04:11 - 26-05-2015

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