integridade intelectual


o homem acredita. eu não vou morrer, disse. eu vou desbravar o universo com uma mão só, continuou, e sozinho erguer o que vai para além dos nossos próprios sentidos...

todos se riram no café. estava doido, o raio do homem estava mesmo doido! um miserável daqueles? passava as tardes inteiras a aconselhar os transeuntes com frases vindas de poetas oriundos do tempo da miséria, passava-as acompanhado de cigarros e copos indiscretos de absinto.

relembro-me que tinha uma citação, em particular, que os faria pensar seriamente. muitas das vezes, após a incompreensão ser o esperar mais certo, gritava: «sentir? sinta quem lê!».

e aquilo parecia preso às suas veias de tal forma que mal acabado de pronunciar tais palavras, desmaiava.

acho-o revoltado com a vida. o homem acredita, acredita como um desvairado que sozinho pode conseguir. 

sintamos ou não sintamos o que diz, ele é íntegro e, só por isso, já o mundo conquistou!

Álvaro Machado
- 01-04-2015

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