Um governo por formar dia 4 de Outubro


O
barómetro político das sondagens, segundo avança o Expresso, aponta para uma vitória tangencial no Partido Socialista (com 36%) face à Coligação do “Portugal à Frente” (35,5%), seguindo-se a CDU com uma margem confortável (10%1) e o BE com os esperados (5%). Os restantes eleitores tendem por experimentar o PDR – de Marinho e Pinto – ou o Livre – em que se aglomeram os ex-bloquistas.

1. A maioria que tanto se vislumbra - ora por Costa, ora por Passos e Portas – é cada vez mais uma realidade
inverossímil. Porquê? Se bem se lembram, a pré-campanha de António Costa foi um autêntico desastre, revelou uma imensa impreparação para quem se está a candidatar a um cargo de importância máxima como o de PM; por outro lado, o governo levou a cabo uma política que, nestes últimos quatro anos, paralisou, estagnou a economia, a criação de emprego, o investimento, o desenvolvimento sustentável, mas tão-só fomentou mais desigualdades entre a população (os ricos tornaram-se mais ricos, os mais pobres tornaram-se mais pobres, enquanto que a classe média foi, pouco a pouco, sucumbindo), agravou as condições laborais, o poder de compra dos portugueses caiu, despertou os níveis de desemprego para máximos históricos…


2.
Resumindo, Portugal só entraria nos eixos se cortasse nas gorduras do Estado e se controlasse o défice. A primeira parte foi de prática pouco trabalhosa: aumentaram-se os impostos, cortaram-se nos salários dos trabalhadores e, claro está, nos pensionistas. Cortes esses que passaram a mensagem de “é apenas um sacrifício momentâneo”, apesar de o futuro nos provar que estas condições não seriam apenas do momento, mas que vinham para ficar.
O que aqui se tornou evidentemente complicado foi a segunda parte – controlar o défice. Nunca este governo conseguiu controlar o défice. A dívida pública aumentou, as exportações aumentaram ao lado das importações (e, por isso, é que a balança comercial continua deficitária) e as famílias voltaram a endividar-se para poder comprar mais e recorrer a mais importações.
De ressalvar que este último mês de Agosto foi onde os portugueses pagaram mais impostos. Como diz Pedro Santos Guerreiro “a cobrança fiscal foi a mais alta de todos os agostos”. O Estado cobrou 5600€ por hora.

3.
A alternativa para os portugueses parece de difícil escolha: O PS e a Coligação não nos dão aquela confiança que precisámos para um país melhor. Optam por campanhas, mais uma vez, baseadas num discurso irrealista e de pura demagogia, não discutem os últimos quatro anos nem os próximos que estão para vir. A CDU mantém a estratégia de aficando patriotismo, defendendo o regresso ao escudo e à nacionalização do Novo Banco, optando por ignorar, dessa forma, uma União Europeia onde temos tudo a ganhar na permanência. O BE continua fragmentado, sem disponibilidade nem abertura para formar governo. Já o PDR tem como objectivo um populismo desmedido e incoerente. Marinho e Pinto cancelou eventos, chegou a quarta-feira com dores de garganta e completamente desnorteado.

Afinal, quem irá vencer dia 4 de Outubro? Para já, o futuro é incerto e intrigante.

Álvaro Machado - 19:05 - 27-09-2015

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