"Trust in Klopp!"


Noite de quinta-feira. Os adeptos estão ao rubro. O estádio e os cafés amontoam-se de gente. Está tudo a postos para um dos jogos mais emblemáticos do futebol: Liverpool versus Dortmund, Klopp versus Tuchel.

O ambiente frenético dos adeptos ingleses cedo esvai-se: dez minutos de jogo e o Dortmund chega à vantagem, com dois golos e sem resposta certeira da equipa da casa. Parece uma missão quase impossível, quase ninguém acredita na reviravolta, nem os comentadores, que normalmente estendem a racionalidade para além do aceitável, davam réstia de esperança a este Liverpool.

Logo no começo da segunda parte surge-nos um «Eureka!». Golo de Origi. E aqui conseguimos perceber o êxtase e a garra dos jogadores. De Klopp também. Desistir é que não, desistir é que não!
Mas, vá-se lá saber porquê, perseguir os nossos sonhos não é quanto baste para realmente os alcançar: Reus volta a aumentar a vantagem alemã e gela por completo Anfield. Que pensar? Já não bastava marcar dois golos; só com três golos é que o estádio ia abaixo e o Liverpool se poderia qualificar para as meias-finais da Liga Europa. Parecia improvável, faltava menos de meia-hora para o jogo terminar.

Klopp continuou a puxar pelos jogadores, cheio de vida, cheio de energia. Os jogadores, que tudo tinham para desmoralizar com o decorrer do jogo, reagiram bem. Ouviram o mister e foram para cima deles. Aos 78 minutos o estádio, agora sim, ia abaixo: o Liverpool consegue empatar o jogo, 3-3 é o resultado. Jogo de loucos em Anfield!

O hino dos ingleses ouve-se por todo o lado. Os corações anseiam pela vitória. A mística eleva-se com os cachecóis do Liverpool, com o peso de todas as gerações às costas. E, para além da compreensão desportiva e de todas as leis do universo, eis que o golo da vitória acontece.
Pontapé de canto batido, Lovren eleva-se e atira, com um espantoso cabeceamento, a bola para dentro da baliza. É GOLO DO LIVERPOOL! O estádio enlouquece! Os adeptos gritam, abraçam os jogadores! Klopp cerra o punho, sabe que a vitória já não lhe escapa. O futebol espectáculo chegou!

Assim vemos um jogo atípico em todos os aspectos: com as duas melhores claques do mundo, com um tremendo respeito entre as equipas e entres os treinadores. E esta sensação, esta forma de vivermos o futebol, meus amigos, é indescritível. Enche-nos a alma. Verdadeiramente.

Álvaro Machado - 16h01 - 16-04-2016

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