Autárquicas? Primeiro Bava, depois a Huawei

Antes de começar a escrever-vos a nova crónica, eis que vos apresento uma nova remodelação no blogue, mais simplista e mais interactivo que o anterior. E o motivo de toda esta "nova cara" é como que um regresso à escrita pós-férias e como que uma resposta à minha inactividade.

Autárquicas, aí vêm elas.
Passando as justificações para o lado, importa agora relatar-vos o estado caótico da nossa política. A verdade é que as autárquicas estão aí à porta, os ânimos tendem a exaltar-se, e as pessoas, na mesma proporção que o ânimo, exaltam-se não sabendo bem como nem porquê. Exaltam-se, isso é certo.
A bem dizer, as pessoas, na grande maioria, escolhem uma cor partidária e elevam a bandeira até à exaustão, Este é o meu partido, o nosso partido, vamos mudar!

É certo que todos os anos a mesmíssima forma de fazer política mantém-se fiel. A retórica da oposição vai-se pautando por cartazes imbuídos de inovação e de frases, diria, tanto carismáticas como emblemáticas; já os partidos que pretendem dar continuidade ao poder conquistado, foram guardando as grandes obras para o fim do mandato na esperança quase ténue de que o eleitor ainda ficasse comovido com tal presente. Os fins são os mesmos, diferenciando-se somente pela cor e pela figura do candidato.

Bava                                                                                                                                                   
Mas antes de podermos sequer discutir quais os partidos ou os candidatos que nos oferecem melhor qualidade de vida aliada ao desenvolvimento, precisámos, em primeiro lugar, de limar alguns arestas: a nova descoberta de Bava (ex-Presidente Executivo da PT) e o caso gritante das viagens à China pagas pela Huawei a altos funcionários da Saúde e das Finanças.

Sobre o excelentíssimo senhor Bava, o assunto gira todo em volta de alegados empréstimos que este recebera do GES. Este senhor acabou por se corromper ao ponto de ter tomado decisões contrárias à própria PT, empresa que até então presidia, angariando, dessa maneira, um total de 25.2 milhões de euros nas suas contas offshores. Bava alegou tratar-se "apenas de empréstimos", devolvendo por isso a quantia de 18 milhões de euros ao Estado; todavia, 6.7M€ ficariam retidos numa das contas offshore, em Singapura, desde 2006. Ninguém se questionou sobre o assunto. 

Ainda assim, não é o mais grave no passado recente: o mais grave é o perdão fiscal de 11.5M€ que Zeinal Bava conseguiu para transferir rendimentos não declarados do estrangeiro para Portugal. Algo insólito proporcionado por um ex-CEO.

Viagens pagas pela Huawei                                                                                                                 Avança o expresso que entre os dias 2 e 6 de Junho de 2015, cinco membros dos Altos Quadros dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde viajaram para a China a fim de visitar um hospital direccionado para a telemedicina, bem como uma visita à sede da Huawei.
Coincidência a mais? Talvez. É certo que a promiscuidade entre as empresas privadas, altos cargos públicos e estratégias político-económicas são puro de mais evidentes. A Huawei pagou-lhes a viagem, hotéis, enfim, a estadia completa.

Em jeito de igualdade, os políticos juntam-se a toda esta mixórdia infindável de interesses partilhados entre o sector público e o sector privado e viajaram, também eles, para a China com todas as despesas suportadas então pela empresa de telecomunicações.
Assim, deixo-vos aqui a lista dos políticos envolvidos:
Paulo Vistas, presidente da Câmara de Oeiras, Nuno Custódio, vice-presidente do PSD-Oeiras, Rodrigo Gonçalves, vice-presidente do PSD-Lisboa, Sérgio Azevedo, um dos vice-presidente da bancada do PSD, Luís Newton, presidente da junta de freguesia da Estrela, Ângelo Pereira, presidente do PSD-Oeiras ou João Mota Lopes, ex-diretor do Instituto de Informática da Segurança Social fizeram viagens com tudo pago. Álvaro Machado - 18h47 - 29-08-2017

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