Os Catalães não comprometeram: Independência e já!

É dia 2 de Outubro. Os holofotes um pouco por todo o mundo continuam virados para a Catalunha, as feridas e o caos da ressaca das eleições ainda permanece e parece que veio para ficar. O centralismo tão enaltecido por Rajoy - que, a toda à força, e cause ele as repercussões que causar, foi impingido ontem àquele povo - tentou sempre travar qualquer separação com Madrid e Espanha.

Mais de 900 civis feridos. A repressão policial tinha ordens do poder central para impedir os catalães de votar, a bem ou mal, custasse o que custasse. O principal objectivo assentou sempre no respeito pela lei espanhola e pela vontade dos governantes de não quererem o seu país desfragmentado, partido ao meio; e, por essa ordem de ideias, os imensos jovens e idosos que foram manifestar a sua intenção de voto num referendo histórico, não só se viram impedidos, como também sofreram cargas policiais abruptas e desproporcionais para o efeito. Não lhes valeu de nada. Apesar do caos, apesar dos feridos, apesar do sangue a escorrer no semblante catalão, as pessoas uniram-se e fizeram das tripas coração p'ra votar: 90% da população quis a Independência da Catalunha.

No debate público ao longo da semana nunca houve, pelo menos à vista da Europa, concordância perante os motivos do referendo e muito menos da sua constitucionalidade. Todavia, a história ajuda-nos a perceber que muitos dos movimentos independentistas impulsionados na Europa fizeram-se rompendo com as leis nacionais e com a tentativa permanentemente conservadora de manter as coisas como estavam.
Mas a violência desmedida captada por vídeos e por imagens chocantes fizeram, também elas, mudar drasticamente a opinião da maioria dos europeus. Ficámos solidários com eles. Admirámo-los pela coragem de fazer ouvir a sua intenção de voto e o seu desejo de um país independente.

Após o Brexit, a Catalunha volta a ser uma espécie de turbulência pela União Europeia difícil de evitar - diria mesmo impossível de evitar, o choque foi demasiado intenso para esquecer, para ignorar que não se passou nada de especial.
Aos conservadores como ~Mariano Rajoy, ao desejo insano de impôr leis sem respeitar a história catalã, a toda a polícia que espalhou o terror pelas ruas da cidade, não se esqueçam: o povo é soberano!

Álvaro Machado
- 17h10 - 02.10.2017

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