Bolsonaro, o Santo das Causas Impossíveis


No Brasil, hoje, vemos uma certeza apócrifca: o mais certo, passando a redundância do discurso, é Bolsonaro ser a melhor solução para governar um país sangrento, de pobreza e corrupção extremas. Bolsonaro, dir-se-ia, é o novo Santo das Causas Impossíveis.

Um país que, nos últimos anos, tem assistido à perda de identidade não pode, agora, querer recuperá-la com fé num extremista; não pode tampouco esperar o enaltecimento do Povo e da Nação se a bíblia e o discurso inócuo fazem-no fugir de programas eleitorais e de debates televisivos com os adversários políticos.
Aos 148 milhões de eleitores que, dos 18 aos 70 anos, vão directamente influenciar a próxima década do Brasil e do resto do mundo, nunca se esqueçam destes sete mandamentos:

1) Minorias
Bolsonaro é contra homossexuais, contra todos os movimentos de emancipação e de abertura da sociedade aos dias de hoje. 

2) Racismo
Bolsonaro, enquanto deputado federal do Rio de Janeiro, defendeu um dos mais polémicos projectos de lei em 2006 sobre a aplicação de quotas para as populações negras e pardas que fossem da representação federal, isto é, deputados federais mas de uma cor diferente.

3) Posse de Armas
Bolsonaro defende a revogação do Estatuto do Desarmamento; no ano em que o vão eleger, só o Brasil tem mais homicídios e violência que a EUROPA e os ESTADOS UNIDOS juntos. 

4) Economia Estatal
Como todo o ditador que se preze, Bolsonaro é totalmente contra a liberalização económica, privatizações e aumento de investimento privado no Brasil. A velha máxima de que o Estado deve concentrar todos os poderes económicos, políticos e jurídicos voltará a fazer sentido.

5) Direitos dos Trabalhadores
Citando o próprio Bolsonaro, a população tem de entender que é melhor "menos direitos e ter emprego do que muitos direitos e estarem desempregados".

6) Corrupção
Entre 2010 e 2014, Bolsonaro cresceu ao nível do seu património mais de 150%, investindo em propriedades luxuosas. Lavar dinheiro no mercado imobiliário é cada vez mais uma realidade.

7) De mãos dadas com a Ditadura, de costas voltadas à Democracia
Bolsonaro vê a democracia como uma "porcaria"; pelo contrário, sempre enalteceu movimentos ditatoriais e sistemas fechados das ditaduras de Pinochet, bem como da intervenção militar levada a cabo pelo Presidente do Peru, Fujimori. Foi sempre aclamando os efeitos da Ditadura Militar Brasileira como "20 anos de Progresso e Desenvolvimento".

A história do mundo mais tolerante e mais democrático é demasiado recente para não haver falhas. Mas não tenham dúvidas que todas as incertezas se tornarão rapidamente em arrependimento por apoiarmos candidatos extremistas desta génese.

Álvaro Machado - 22h42 - 28/10/2018

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