O excedente supersónico


Se achavam que Portugal estava em crise então ponham os cintos e preparem-se: nós em tempos de crise conseguimos obter excedentes num valor estimado em dois mil milhões de euros. Realmente isto dá que pensar, pensar e voltar a pensar. Então pedimos ao fundo monetário internacional para que interviessem no nosso país e agora conseguimos excedentes vindos do nada? Isto parece-me de todo bizarro.
Pensei que os políticos já tivessem aprendido o caminho certo, visto que batem com a cabeça e nem assim param para pensar. A demagogia continua a ser a palavra favorita no seu vocabulário.
Lá chega a época natalícia e o povo entram em loucura novamente, em Portugal todo o extremo é motivo de comportamentos "pouco usuais". Ora faz demasiado calor e temos um comportamento bizarro, ora faz demasiado frio e temos o mesmo comportamento. Na politica passa-se exactamente a mesma coisa. Ora os políticos são demasiado rigorosos, ora são demasiado demagógicos.


Detesto a época natalícia assim como todas as outras festanças que podem por ai existir, na minha opinião as pessoas alteram o seu comportamento e tentam ser o aquilo que não são. É uma espécie de "domingo prolongado" - as pessoas podem andar mal vestidas e mal dispostas a semana toda, mas no domingo parece que tudo muda, utilizam a hipocrisia do povo.
Vejo pessoas tristes nestas ocasiões, ou até mesmo indiferentes, porque não mudam o seu estado de espírito apenas por um dia como todos os outros, e acima de tudo, não cometem acções sem pensar duas vezes. Será no mínimo repugnante gastar aquilo que não posso, para que no natal possa oferecer "amazing gifts" a cada pessoa da minha família, não o faço. Acho isso demasiado material, demasiado fútil.

No meio de toda esta conversa, esquecia-me do Passos Coelho. No final de contas, alguns dias após dizer que, "Portugal não tem recursos" o primeiro ministro inverteu a sua opinião, enaltecendo-nos, por ventura, dizendo "Temos um excedente de 2 mil milhões de euros" - o que revela uma grande demagogia politica, alinda com falta de honestidade.
Nós portugueses ainda nem a meio do caminho vamos e já estamos a aumentar as exportações e ganhar excedentes milagrório ? Infelizmente isto não é assim.
Ao contrário dos que muitos pensam, o antigo primeiro ministro José Sócrates tocou num ponto crucial: a divida não se espera pagar-se num ano, nem num curto espaço de tempo. Deve-se sim geri-la de forma a gerar crescimento económico no país.

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