A evolução da espécie em estado pandémico.



Não será estranho que num dos momentos mais críticos da história nós estejamos precisamente de costas voltadas para o humanismo? 

Se há coisa que podemos e devemos aprender com o passado é que para superarmos crises desta índole todos devem lutar na mesma direcção - seja a trabalhar em prol do país ou em causas humanitárias que apoiem toda a tragédia vivida por milhares de pessoas no mundo fora. Só assim o mote estará lançado para a ressurreição.

Mas a razão principal de escrever-vos hoje não se prende com a tragédia que nos assombra desde Março, pois creio que estaria a maçar-vos com toda a explicação ou descrição factual do sucedido e do que estará no porvir. Vou directo ao assunto. É apenas para reflexão, mas uma reflexão perturbadora: por que motivo este século se desgasta no egocentrismo de cada um de nós?

Quero dizer, se há uns largos anos atrás o nosso ego servia para partilharmos momentos, culturas, formas de viver, estados de alma, criticas à sociedade... onde estará agora essa massa critica nos dias de hoje? onde estará essa força de progressão e de melhoria? onde estará o gosto pelo desconhecido e o afinco para enfrentar as adversidades do mundo?

Tenho imensas perguntas e desabafos sem resposta. Divago sempre em círculos infinitos no pensamento até chegar a uma pequena certeza - nós, homens e mulheres do presente, só queremos expôr as nossas vidas através de fotografias e de estados de espírito positivos pelas redes sociais fora neste momento tão tenebroso e delicado como o que atravessámos.

E o mundo hoje mais do que nunca precisa de nós.


Álvaro Machado - 05.10.2020 


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