Guerra sem socorro


As guerras foram, indubitavelmente, o palco dos maiores massacres e atrocidades durante séculos. E, julgava eu, que a paz reinaria nas nossas vidas no século XXI. Estava errado. Continuam batalhões a disparar contra peitos insontes vezes e vezes sem conta; as balas que vazam interrompem os movimentos cardiovasculares e matam sem piedade; sangue é derramado sem deixar testemunho. O mundo estagna, os ricos observam e os egoístas não vacilam.

Paz a minha alma ao ver a incapacidade de intervenção da ONU na Síria. O bom disto, por um lado, é os países que beneficiam com esta guerra – o caso da Rússia e da China que vetaram duas intervenções para derrubar o regime de Assad. Convêm, pois, salientar que tanto os russos como os chineses querem que o regime se mantenha em pé devido aos seus negócios petrolíferos… Assim os seus discursos passam por culpar os rebeldes pelos massacres. (Não são parvos nenhuns…).

O palco que todos temiam que voltasse a acontecer está, neste preciso momento, a acontecer. Milhares de pessoas morrem: crianças, mulheres e homens inocentes; guerreiros do regime e rebeldes; cidades devastadas por ataques aéreos; sangue e mais sangue que a cada dia é desperdiçado… Mas ninguém intervém. Mais uma vez, os interesses políticos e económicos sobrepõem-se à vida das pessoas.

Pedia um rebelde sírio: “Ajudem-nos. Estão pessoas a morrer, estão pessoas a sofrer… Ajudaram o regime de Khadafi a cair, porque não ajudam o Sírio?”. De que vale esta declaração? O desespero continua… Mortes amontoam-se… Interesses imortalizam…

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