Revolucionário espírito

Depois deste cigarro deveria surgir uma revolução. Seria o mais sensato. Afinal, não é a humanidade e os seus círculos uma sujeira tremenda? Às vezes creio que viver é inútil – ou, pelo menos, assim o é a minha vida de cobarde…

Deitemos fora o sentido da vida; quero apanhar frio, quero realmente apanhar frio e estar à chuva, quero que me deixem no meu desassossego, que mais não é do que aquilo que eu mereço: solidão, solidão e solidão… É como que uma barca solitária além-porto no pós-poente da miséria e da tristeza leviana…
Para quê escutar vozes, ter sentimentos, sofrer injustamente? Para quê o existir? Para quê!…

Quero que me esqueçam. Esqueçam-me, por favor, esqueçam-me. Nunca existi, nunca vos dei um abraço, nunca fui nada… Somente uma sombra que passou, que ninguém entendeu e que se esqueceu que passou…
Lembrança? Afinal nós nunca existimos…

Álvaro Machado - 01:21 - 20-11-2014

Comentários

Mensagens populares