Rebanho sem líder

Mover massas afinal nunca foi um handicap. Há os que nascem p'ra seguir, seguir porque sim, seguir porque ele nos disse "segue-me" e que, portanto, nos há-de respeitar; ou não será aquele cumprimento diário sinal disso mesmo? Somos importantes, pensamos. Por isso, segui-lo surge naturalmente. Sigamo-lo, ele preocupa-se, ele disse-nos que, ao lado dele, podíamos fazer a diferença.

Dito isto, a afluência de cabeças à deriva na corrente torna-se perpétua. Surgiu ela nos primórdios da história da humanidade, quando aquele membro da tribo subitamente fez erguida, em simultâneo, a sua revolta interior e a sua voz, auxiliado, que também é necessário dizer que há mais marés que marinheiros, por um gládio ainda rudimentar. Os outros, inda surpresos por tamanha bravura, nada disseram, nem uma única palavra: calaram e consentiram.

Hoje em dia manter-se-á o mesmo homem da tribo. Um lembra-se, os outros seguem-no - isto muito naturalmente, como se estivesse Deus a mandar-nos outro Messias para que o sigamos cega e apaixonadamente.

Que não seja preciso pensar muito, pensar é o que fazem os velhos do Restelo, nós preferimos bradar o líder oriundo dos céus!...

PS: Reflictam antes de seguir seja o que for.

Álvaro Machado - 03:58 - 30-11-2014