Prazer entontecido

Ultimamente, tenho como prazer frequente passear pelo sentido da vida, rir-me do desperdício feito, do tempo perdido, da ilusão necessária que traçamos p'ra nossa vida. E rio-me porque estou lúcido nesses passeios de soslaio com a consciência. Quem somos, afinal?

O sol liberta-me. E a inspiração ergue-se, súbita, numa mistura de sensações, será o homem, este homem que vejo aqui, uma nulidade tão grande, serei eu, então menos intenso nessa cobiça, troçando-a até, pois nenhum poder do mundo o é tão majestoso como, então, andar livre pela cidade, nem que caia o menino do altar de tamanha hipocrisia, impossível. Impossível! Impossível: digo-o, se assim for necessário, sem parar. Frenético, cismático, louco!

E então, penso eu, questiono eu: de que vos vale o dinheiro, essa necessidade extrema de o querer de uma maneira ou de outra? A insensata cobiça pelo que o outro tem? Não vale nada. A realização da vida está precisamente nos gestos mais simples, os mais sentidos quero eu dizer; na alma que nos torna únicos pela sua singular beleza, sendo ela, para nós, dos sonhos viajante.

Não quero nada. Excepto, e disso estou seguro, a liberdade. Não troco estes momentos por nada.

Álvaro Machado - 21:33 - 06-03-2014

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