Cartazes do PS: o engano letal

Numa altura em que os portugueses mantêm o seu cepticismo em níveis estratosféricos, bem compreensível face à fraca qualidade política que os partidos apresentam, o Partido Socialista também não sabe dar uma resposta por aí além.

Os socialistas viram, até certo ponto, em António Costa uma alternativa muito mais capaz do que viam anteriormente em António José Seguro, aplaudiam eles de pé tamanha situação, e confesso que eu próprio achei-o desse modo, pois não seria difícil superar uma nulidade como era o anterior secretário-geral do partido. Pois bem, verdade é que desde que este senhor se assumiu como líder do PS não se viu outra coisa senão um percurso descendente em todos os sentidos.

A mais recente polémica está, como sabeis, nos cartazes de propaganda socialista: denotam um completa impreparação e falta de conhecimento daquilo que estão a fazer, com a agravante de estarmos apenas a dois meses das eleições.  Como é possível que, mesmo recorrendo a um guru da publicidade como Edson Athayde, possam ignorar a importância de se fazer uma campanha isenta de polémicas, consistente e completamente distante de falhanços?

I. "Estou desempregada há 5 anos"
  • O facto é que não só ignoraram como levaram os cartazes publicitários avante, colocaram-nos nas ruas e o povo soltou uma gargalhada, porque o povo ignorante cada vez é menor e os tempos de Salazar já lá vão, ao avistar, por exemplo, num dos cartazes uma mulher a queixar-se por estar desempregada "há 5 anos". Creio não ser preciso nenhum génio matemático para detectar o erro crasso: estes cinco anos abrangem, nada mais nada menos, do que um governo socialista de permeio.


II. Os figurantes que afinal não sabiam para que fim tendia a sua participação
  • Entendam, desde já, uma pequena nota: o facto de se terem colocado figurantes nos cartazes não é, de todo, um acto criticável, pois os dados de desemprego, de emigração ou de recibos verdes devem estar afastados de qualquer caso real nos cartazes publicitários.O problema está, isso sim, no facto de esses figurantes, ao serem contratados, não terem sido devidamente informados do tipo de publicidade a que estariam sujeitos; tornando-os, dessa forma, num problema com contornos bem mais graves, não só pelo lapso e pela incongruência temporal, mas também por ocultarem o seu sentido aos intervenientes.


A dois meses de umas eleições tão cruciais para Portugal e para os portugueses, os partidos continuam a mostrar-se impreparados, irresponsáveis e inoportunos. Em Outubro não sejam surpreendidos com a abstenção massiva dos cidadãos!

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