Devolução da sobretaxa do IRS: uma farsa política.

Gráfico da estimativa de Agosto


C
omo de esperado, o período de campanha eleitoral leva-nos a um caminho onírico que muitos, ablépticos e crentes nessa ablepsia, crêem como real. Os números, os dados avançados, por essa altura, são de uma positividade exacerbada em que tudo está melhor, que tudo na terra floresce e se encaminha para a plenitude.

Pois bem, agora, vinte dias após as eleições legislativas, o cenário muda drasticamente, nomeadamente num tema tão sensível como a reposição da sobretaxa do IRS às famílias - sim, aquele esforço que seria periódico e que mais tarde seria devidamente reposto.
No mês de Agosto, nada a haver com o facto de ser o mês de pré-campanha, avançava o Ministério das Finanças de Maria Luís Albuquerque com uma estimativa de reembolso nos 35,3%, cerca de 268 milhões que seriam devolvidos aos portugueses. Todos aplaudiam o governo, Passos Coelho e Paulo Portas tornavam Portugal um país melhor.

De estimativa em estimativa, com campanha eleitoral ou não à mistura, os novos dados lá nos chegam. Se são mais positivos? Evidentemente que não. Passado apenas um mês da última previsão do escritório da Ministra das Finanças, a nova previsão de Setembro mostra-nos que o Estado apenas equaciona devolver cerca de 9% da sobretaxa do IRS às famílias portuguesas, isto é, 68 milhões de euros, aproximadamente.

Em suma, os políticos continuam a fazer política, continuam a aldrabar o povo, amedrontando-o com um discurso perigoso e calculista de que estes tempos são "difíceis e rigorosos". Os resultados estão à vista: falhanço atrás de falhanço.

Álvaro Machado - 18:11 - 24-10-2015

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