Num passo repentino

Fui depressa, fui onde as horas e a ocasião do dia me levara. Quando entrei, o céu encobria-se e ficava pesado até mais não.

Olhei cismático, mas continuei em frente até encontrar o génio Herberto ali poisado como todo o grande pensador permanece - seja em que tempo for, ali continuará bem vincado. Os seus versos tornam-me estranhamente convicto, creio-os como meus, enalteço-os com uma crença impenetrável.

Sou feliz independente!, diz entretanto uma mulher, segura de si, para o seu marido. Ela vai com os seus passos inglórios, ainda que, porém, firmes e pujantes sejam no inconsciente.

Por mais incerto que isto seja, por mais destituídos de sentido sejam os seus pensamentos, torna-se inócua, leve e encantadora. Ah, pudesse eu ter os mesmos sentidos, o mesmo crer em alguma coisa!...

Ela não sabe que planetas existem e os que estão por existir; o que sofrem os poetas no passar dos dias erróneos. Soltou um simples pensamento e isso foi quanto bastasse para encaixar no sistema solar.

Álvaro Machado - 23h22 - 14-11-2015

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