Onde estão os tempos dos grandes artistas?
Vejo com dignidade que baste o país que vislumbre
culturalmente talentos literários, que anseie por obras emblemáticas e
duradouras. Esse país foi, em tempos, realmente assim. Mesmo em regime
ditatorial não se deixava de oferecer prémios aos grandes escritores da época
(ainda que nem sempre de forma justa e limpa).
A questão, agora, diverge - no método, no sentido - e nem
abunda gente capaz de tal obra magnífica nem se torna prioridade dos ministros
ad aeternum que por lá pavoneiam, o de tornarem Portugal novamente um país
digno de artistas.
Hoje o que conta é, sobretudo, o sensacionalismo. Tendem os
jornais a ser um manifesto inconfundível de ignorantes especulativos reduzidos
à insignificância; por outro lado, tendem os portugueses, no geral, a crer
neles como antigamente quiseram crer que a Terra era o centro e tudo à sua
volta girava. Não detêm, por mínimo que ele seja, espírito crítico na sua
génese nem procuram nunca uma alternativa ao caminho que subliminarmente
descortinam.
Para quando um país digno de cultura?
Álvaro Machado - 15h30 - 21-11-2015
Álvaro Machado - 15h30 - 21-11-2015
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