Buraco no metro do Porto e Lisboa




Esses homens de fato e gravata, refastelados em escritórios com ar condicionado, com um andar altivo e ignóbil em simultâneo, são os verdadeiros culpados deste país estar como está. São as nomeações misteriosas de homens tudo menos sinceros para o governo, os desvios de dinheiro, os maus investimentos, os bancos que sugam dinheiro às pessoas, e, enfim, tudo o que se cingir pela corrupção encontra-se nas suas veias…
Para este governo, investir na educação e na saúde é dispensável e cortar é preponderante em ambos os sectores; porém, vindos de não sei onde, atingindo uma escala colossal e infindável, torna-se inexequível combater obscuros negócios que vão muito para além da realidade do nosso dia-a-dia.

Na minha escola - Escola Secundária do Marco de Canaveses - as obras de requalificação mantêm-se interrompidas por um projecto que já deveria ter sido dado como concluído. Mas não. Desenvolvimento é algo não-prioritário porque o dinheiro escassa p’ra se concluir. (5 ou 6 milhões que curiosamente a um cidadão honesto e trabalhador é uma quantia onírica...)
O que não há-de faltar porventura são 800 milhões de euros para fazer investimentos de alto risco numa empresa que, ainda por cima, tem o prejuízo a sobrepor-se ao lucro. Estes senhores de fato e gravata têm nomes e ficam na história: Paulo Braga Lino e Juvenal Silva Peneda.

Depois destes erros de casting, estes dois secretários de estado (Paulo Braga Lino, Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, e Juvenal Silva Peneda, secretário de Estado Adjunto de Miguel Macedo) saem do governo por abrirem este buraco sem ponta por onde se lhe pegue. Só este senhor, Paulo Braga Lino, "assinou 15 contractos de cobertura de financiamento na Metro do Porto entre 2003 e 2009 com bancos" o que é, de facto, lamentável e um acto a ser punido. Mas não. Estes homens nada devem nada à justiça, nem aos portugueses, nem ao metro, nem a si mesmos... Foi apenas e só um erro e certamente não será nada de grave.
Até lá, fica um buraco de 800 milhões de euros e escolas por fazer. Quem escolheu estes secretários de estado foi o governo, o governo que foi escolhido pela maioria dos portugueses.

Álvaro Machado – 23:24 – 24-04-2013

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