Os três reis magos da Operação Marquês
Dezenas de milhares de euros em despesas pagas pelo amigo do ex-primeiro ministro, Carlos Santos Silva, bem como um contrato de trabalho oriundo de uma das suas empresas; para não falarmos de esta senhora ser fiadora da compra de uma herdade no Alentejo no valor de 760.000€.
Inês Pontes do Rosário, tida como menos intrusiva no campo das manobras sistemáticas de corrupção, fez bem o papel do marido na transição de notas e efectuação de pagamentos quanto assim foi preciso. Resta-nos agora a filha do banqueiro Vara, Bárbara Vara, beneficiária de uma conta offshore no Reino Unido, com um milhão de euros transferido por Joaquim Barroca.
O inicio de Sócrates
Agora Sócrates. Chamado a formar governo por duas vezes - primeiro com uma maioria absoluta, posteriormente com uma maioria relativa.. Conduziu o país à inevitável bancarrota com mais de 700 mil desempregados, sem dinheiro nos cofres para pagar salários e pensões, e sem a destreza e a honra que merece um chefe de governo de um Estado de direito democrático. Ao longos dos últimos anos foi-se escrutinando cada vez mais a vida deste provável engenheiro, com tinta e tinta de jornal a sair e a manchar o seu nome, coisa que, com as investigações que se foram iniciando e com os factos que se foram apurando, facilitou a coisa aos portugueses: é culpado e imensamente corrupto.
Os valores dos subornos
José Sócrates funcionou como a marioneta mais cara de todo o esquema de Ricardo Salgado, do grupo Vale do Lobo e do Grupo Lena. Ou melhor: era visto como um bem precioso bom demais para declinar. Aliás, conseguiu acumular cerca de 34.143.715,64€ por todas as decisões e discursos dolosos e defensores de interessados privados e pessoais - ou seja, tudo aquilo que o representante de dez milhões de portugueses não pode fazer.
Partimos agora para a capital francesa e para a Avenue President Wilson. Estaria lá a casa que o engenheiro e ex-primeiro ministro português iria adquirir talvez como recompensa pelo trabalho árduo concluindo em Portugal nos últimos seis anos. O mais caricato - além dos episódios caricatos de Carlos Santos Silva ligar a José Sócrates para este escolher o azulejo que pretende dentro daquele azul mais ou menos claro - são mesmo as obras realizadas dentro de um apartamento adquirido por três milhões de euros e os valores das transferências feitas ao arquitecto.
Peço agora a vossa atenção para os documentos que vou colocar aqui.
Acusação do Ministério Público, 4.000 páginas.
Carlos Santos Silva e Ricardo Salgado
E começando precisamente pelo maior cabecilha do grupo e do melhor e maior esquema de corrupção alguma vez montando em Portugal, o banqueiro Ricardo Salgado dispensa apresentações. Foquemo-nos, assim, no essencial dos seus actos e dos crimes praticados: corrompeu Bava para tomar decisões contrárias à PT (empresa que então presidia) e corrompeu José Sócrates para favorecer a mesma PT noutras ocasiões. comprou acções à EDP no valor de 4 milhões de euros.
Depois de ser acusado e consequentemente sancionado pela má gestão bancária e por decisões duvidosas, pagou uma multa também ela no valor de 4 milhões de euros, para além de estar proibido de gerir novamente a banca nos próximos 10 anos. Se pensarmos bem, a multa não é assim tão pesada e estar 10 anos fora do sítio onde tanto dinheiro branqueou e usou para corromper tudo e todos não custa nada.
A chave de todos os cofres. Carlos Santos Silva é crucial para Sócrates e essencial para solucionar todos os problemas. Participou na compra de herdades no Alentejo, comprou mais de 10 mil exemplares dos livros de Sócrates, garantiu acções em várias empresas e o seu nome paira em todo os edifícios do Grupo Lena.
Álvaro Machado - 20h06 -31.10-2017
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