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O que diz o meu pensamento
Que
diria o meu pensamento se não o sinto? Eu próprio sei que não o mereço
sentir, estou a ter uma visão no horizonte, que apesar de não ascender a
tudo mais que uma simples visão, eu gosto de a sentir assim. É a
felicidade, o conforto, a compaixão de um destino alegre e completo. Mas
não lhe toco, não a sinto. Sinto apenas que é visão, e visão será.
Fui esquecido pelo próprio desejo de me esquecer.
Nego as minhas palavras como se fossem minhas, nego todos os aspectos
que tenho – mesmo não tendo nenhum. Ah! Mas enfim! Eu contemplo as que
se regem pela união, pela força, pela vontade e pelo querer, pois bem
sei que são felizes e detentores do seu destino. A sorte está do seu
lado! Pobres são as almas sem sorte, apenas com o simples azar de terem
vindo a esta dimensão do mundo!
Vou-me agora para um patamar de
ideias superiores, das ideias divinas. Parece-me tudo tão óbvio. Todo o
abstracto passou a concreto. Os rios estão sem fauna, sem flora e
estou-me aqui eu sem alma própria. Sou um fragmento de pequenas ideias
perdidas, sou um jornal com letras borratadas. Afinal não sou eu, és tu.
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