Prescrever os ladrões


Eu vivo num país onde as classes mais altas (banqueiros, neste caso) gozam de um estatuto de impunidade pleno. Senão veja-se o que tem acontecido com estas célebres prescrições. Umas atrás de outras, surgem e, por conseguinte, ilibam os vilões de pagarem aquilo que durante anos roubaram. Parabéns a estes juízes, parabéns a estas lacunas da justiça que demonstram bem a podridão da democracia, a corrupção no seu extremo.

Jardim Gonçalves já escapou, prescreveu e saiu ileso de uma multa de um milhão de euros. João Rendeiro seguiu o mesmo caminho e livrou-se de uma multa de quatro milhões de euros. Oliveira Costa pediu prescrição, com sete crimes gravíssimos como aqui já havia dito, mas que volto a dizer: é acusado dos crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, infidelidade, fraude fiscal qualificada e aquisição ilícita de acções.

Incrível, não é? Mas isto não ficou nem fica por aqui. Agora quem vem à baila é Luís Gomes, antigo director do Centro Corportativo do BPN: prescreveu e juntou-se aos seus colegas, saindo impune de uma multa de 650 mil euros.

O que eu sinto? Vergonha. Sabem porquê? Porque, estes sim, são os que roubam o meu país, os que me roubam todos os dias e a vós também. São estas bestas. E depois andamos nós a pedir ajuda ao FMI para injectar 4,7 mil milhões num banco como o BPN... 

Álvaro Machado - 21:05 - 05-04-2014

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