Almoço sublime




Gostei do meu almoço hoje, excepto a parte em que almoçar em público causa-me náuseas. Nunca sabendo o motivo de tal coisa é certo que ela sempre acontece.
O dono, meu conhecido há largos anos, modesto trabalhador, é uma pessoa simpática; é-o porventura porque sou seu cliente, não sei.
Durante essa hora em que a comida entra pela nossa boca e a conversa vai em tons agradáveis, apercebi-me de uma nova coisa: ainda existem famílias, excepção rara, numerosas, sobretudo constituída por camponeses, que são puras e cristalinas como a água. Riem porque se sentem com vontade p'ra tal, conversam das suas vidas porque estendem-nos a mão e acercam-se de nós carregados de bondade; não perguntam de que família vem, nem tão pouco quem são, e conversam por ali adiante sem presunção nenhuma. Nestas pessoas não vejo hipocrisia nenhuma.
O almoço já acabou. Já na esplanada bebendo um belo café africano nós conversámos sobre coisas efémeras, como a duração da vida. Apenas escutei as palavras sábias de alguém humilde.
Mais proféticas e certas não poderiam ser.
Levei a lição embora: "A vida são dois dias. Hoje és novo, amanhã velho. Por isso, aproveita e vive tudo, pois nunca saberás quando acabas".

Álvaro Machado - 15:55 - 27-10-2012

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