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Recuo
Todos sabiam que esta
medida estava errada e que era perfeitamente irrisória. Tanto que este governo,
ele próprio, soube admitir que não era o 'timing' certo para avançar com esta
medida. Como sempre disse, e defendi, esta medida devia ser repensada e levada
a cabo com calma, ponderação e acima de tudo com lógica.
Mas não todos acharam isto uma má medida. Houveram,
aliás como sempre há, iluminados a favor desta medida sem compreender que mudar
"as regras" no final não traz vantagens, não traz métodos, não traz
exigência ao ensino; traz apenas uma carga descomunal de matéria sem
fundamento.
É assim a vida. Nem todos podemos saber o que está bem
e o que está mal. Haverá sempre a limitação partidária.
O ano lectivo 2012/13
começou como habitualmente começa outros anos, calmo e vagaroso. Até que, nos
inícios de Outubro, dá-se um novo acontecimento: o ministro da educação e ciência,
Nuno Crato, avança com uma nova legislação sobre os exames do 12ºano. A notícia
espalha-se, o caos instala-se. Percorreu na internet, através das redes
sociais, um grande descontentamento por parte dos alunos, e, também, na visão
dos próprios professores e das próprias escolas a opinião foi unânime: “Não tem
lógica, nem fundamento, criar uma legislação destas para os alunos em final de
secundário.”, acrescentando também que “Há matérias que não têm sequência para
se estudar, como o caso de História, o que por si só torna esta medida
irrisória”.
As manifestações já
tinham data para os grandes pontos do país: Porto, Lisboa e Coimbra seriam palco
de um número avultado de jovens descontentes que levariam a cabo, e disso estou
certo, uma grande manifestação. As ruas estariam repletas de cartazes,
bandeiras e vozes lutando pelos seus direitos. Isto são os jovens a lutar pelo
seu futuro, a criarem formas de luta inteligentes e cheias de força de vontade.
São os jovens do velho Portugal…
Jovens, como eu,
estariam dispostos a qualquer coisa para serem ouvidos. Disso não duvidem.
Consegui perceber durante estes últimos dias a força de vontade das pessoas e
que, juntos, nunca sairemos derrotados. Nunca.
Mas o clima de
descontentamento breve também foi. Passada uma semana sobre o anúncio da intenção do Governo, o Ministério da Educação e da Ciência recua, sem
pensar duas vezes, por saber que se trata de algo mal pensado e mal ponderado e
sem ‘timing’ nenhum. Alguns até concordaram com esta medida. Há sempre algum
entrave na compreensão certa das coisas, algo sinistro de se ver, que limita o
cérbero.
Mais uma vez, avanços
e recuos deste governo – medidas sem nexo que são legislação numa semana e
noutra já não são – que deixam a população com um “pé atrás” em tudo o que
englobe a palavra Governo. E vitória aos jovens pelo empenho que demonstraram
nos últimos dias em querer mudar as coisas e lutar pelos direitos a que todos
temos direito. Os meus parabéns.
Álvaro Machado – 19:06
– 08-10-2012
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