Homem incerto...



Há sempre uma predisposição inerente ao homem de ver sempre outro sentido para além do sentido. E é isso que lhe causa a dúvida e a variedade sequencial de suposições mais ou menos prováveis.
O homem abstém o motivo de pensar porque foi motivo, e assim é motivo sem causa ou sem consequência. É um motivo sem vida, por assim dizer. O homem tem sempre, entre si próprio, a consciência do bem e a incerteza do mal, e, por isso, o seu percurso se enche de ávidas aspirações repentinas e de nefastas descrenças sem fim. Tudo lhe passa entre poder ser e ser feliz ou poder não-ser e ser infeliz...
Espiral de segredos vazios, ecos ensurdecedores de silêncio, vácuos destinos de demência...

Há sempre um sentido para que tudo faça sentido e, ao mesmo tempo, intercepta-se o sentido de nada fazer sentido: ninguém chega a ter um sentido no que faz, apesar de forçar a que a razão faça sentido para traçar algo. Mas não. Ninguém pode fazer isso.
O que nos resta é a queda insensata para o mal e a grotesca ideia do bem; e há-de ser esporádica a tentação suposta do ser e não-ser...


Álvaro Machado - 21:48 - 04-01-2013

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