Deleite momentâneo
(«Parado e atento à raiva do silêncio
de um relógio partido e gasto pelo tempo
estava um velho sentado no banco de um jardim
a recordar fragmentos do passado»)
O gozo que me dava! Foram essas as palavras que havia acabado de proferir enquanto estava sentado sobre os bancos do jardim funesto.Até porque observar tudo o que move causa em mim uma sensação de prazer infinita. Posso destruir-vos, posso conceber um catástrofe em que o resultado devastador seja, onde possa realmente ver o vosso semblante impregnado de desespero.
Mas vivamos no limite. Vivamos provocando todas as leis, recusemos que nos queiram mostrar o caminho que nós não queremos percorrer, desafiemos todo e qualquer ser, a própria existência do senhor, pois não me venham dizer que devemos amá-lo e que pensar além disso é falta de fé.
Assim a vida dará, estou certo, outro gozo. Deixemos de ter respeito, quebremos todos os laços, todos os afectos, basta, chega disso! Vamos simplesmente viver, viver inconsequentes do dia de amanhã, viver absortos no pecado...
Foi esse o suspiro que tive por breves segundos: viver no limite.
Álvaro Machado - 14:41 - 30-10-2014
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