Dogmáticos

Nem sempre o certo é que está certo. Pensai comigo: por que motivo hei-de considerar-me tão errado quanto isso? Já pensaste que eu posso nem sequer importar-me com o meu desfecho nem tampouco usar-me de um caminho que o evite ou, por sinal, que o torne menos doloroso?
Ele que venha. Que me derrube sem nenhum ressentimento. O absurdo para que tende a vida é que o mau pode até nem ser assim tão mau quando aparenta ser. Sejamos francos: algum de vós poderá dogmaticamente apontar-me uma direcção? Ou melhor, poderá explicar de onde veio, para onde vai?
Que se erga o primeiro além montanhas que me prove o contrário. Ide, mostrai que sois senhores da verdade e do sentido certo, mas cuidado, muito cuidado, não ridicularizeis da minha pessoa ao ponto de dizer que o nosso senhor nos protege.
Como direi... o meu caminho impregna-se dos dois lados: céu e inferno.

Álvaro Machado - 01:19 - 25-10-2014