Desconhecido


Deixei de saber que horas são, que dia e que ano é este em que inconscientemente rodopio de um lado para o outro à descoberta de mim. Não sei distinguir as cores na rua, e os sons e todos aqueles movimentos citadinos deixam-me intrigado, deixam-me como que perdido, prestes a cometer uma loucura qualquer...
Não consigo achar a temperatura: será que está calor, frio, tépido? Que ridículo nem isso poder realmente saber... 
Mais grotesco ainda é o meu traje: não sei, pois, se está adequado à época em que me encontro, será que se passar por aquele café me vão olhar de lado? Ah, mas o senhor está em que século? E soltavam todos uma risada, porventura.
Tudo soa a distância. E nessa intermitência de perdido e esquecido, vagueio com a cruz ao peito e com fé na áurea.

Álvaro Machado - 18:40 - 27-10-2014

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