Momentâneo


Pensei: que realidade disforme! Depois calei o desabafo. Tudo continua a mover, para quê soltar de mim o génio que só me corrói por dentro, que lentamente me isola? Para quê fiar-me à sorte, aceitar a ilusão, ser mais um que na corrente vai?
Realmente havia algum fundamento no que dizias, senhor. O homem... ou melhor, eu, envolto nas mais sombrias divagações humanas, não sou mais que frágil, fraco, sensível. Sou o que vagueia com o coração na mão, e então, por cada passo dado, se me ergue um verso e, depois desse verso, se me ergue um amor sincero por este universo que acolhe o meu pensamento...
"Sem ti correrá tudo sem ti." - bem dizias tu, meu estimado amigo, Álvaro de Campos!

Álvaro Machado - 23:50 - 10-10-2014

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